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AGORA

0419. Mensagem de Natal da IC na RTP

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Atribuir à Igreja Católica ou a qualquer outra confissão religiosa tempo de antena em canais de televisão públicos, pagos pelo contribuinte, viola o princípio constitucionalmente definido da Laicidade da República Portuguesa.

Havendo um parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria Geral da República, segundo o qual "toda a publicidade destinada a promover uma confissão religiosa, ou que tenha por objeto ideias religiosas, deverá ser considerada ilícita, incorrendo o infrator em responsabilidade contraordenacional", não se compreende, porque não foi tomada qualquer ação por quem de direito.

Se ao Provedor (a) do Ouvinte e do Telespectador compete “representar e defender, no contacto com as Empresas de Serviço Público de Rádio e de Televisão, as perspetivas dos Ouvintes e dos Telespectadores diante da oferta radiofónica e televisiva”, o que é que o mesmo fez para evitar tal ilicitude?

Católicos, evangélicos, muçulmanos, hindus, judeus, budistas… qualquer crença têm o direito de transmitir a suas “mensagens”, mas, obviamente, nos locais e canais próprios, para os seus fiéis seguidores, ou para aqueles que veneram amigos imaginários e paguem o dízimo ou esmola… não para a população em geral e muito menos para pessoas minimamente lucidas e racionais, que normalmente estão vacinadas contra os seus dogmas.

Não o podem fazer numa televisão pública paga por todos os contribuintes, sobretudo aqueles que respeitam a separação e laicidade do Estado.

Não é lícito!… muito menos moral, o Estado favorecer, publicitar e patrocinar uma religião específica (IC) a quem atribui inúmeras regalias e sobretudo isenções de impostos.

 

Já chega de discursos “politiqueiros” … “jornadas religiosas” … “lutas contra o aborto” … “lutas contra a eutanásia” … “lutas contra a homossexualidade” …

 

Só falta mesmo que lutem contra a pedofilia e indemnizarem as vítimas.

Só falta mesmo levantarem que os cuzinhos gordinhos dos bancos das igrejas, e em vez de discursos e orações inúteis, saírem para a rua para ajudar os mais pobres e desfavorecidos.

Só falta mesmo começarem a distribuir parte da riqueza que acumularam ao longo de séculos para ajudarem a matar a fome no mundo.

 

A RTP, enquanto órgão de informação, tem obrigação de oferecer aos seus telespectadores e contribuintes um serviço público livre e independente do poder político, económico e religioso.

 

Autor: Carlos Silva
Data: 2023-12-24
Imagem: Internet
Obs.:
Direitos reservados

 

1050. Eu queria

50_Eu_queria.jpg 

Eu queria...

Eu queria ter o Mundo ante mim,

Desde o Princípio, Meio, até ao Fim.

 

Eu queria...

Eu queria colocar Tudo[1] num poema assim,

E depois lê-lo vezes sem fim.

 

Eu queria...

Eu queria saber qual o meu Fim[2],

Conhecer o Outro e entrar dentro de mim.

 

Eu queria...

Eu queria dizer-Te[3] que sim,

E acreditar também em mim.

 

Eu queria...

Eu queria alcançar a Unidade[4], enfim

Tantas coisas assim.

 

 

[1] A totalidade do Real, tudo o que existe...

[2] O objetivo/função da minha vida

[3] Deus

[4] Realização pessoal, poética, total...

 

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1049. Antítese

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I

 

Olhei para a desolação dum pequeno jardim deserto

E vi que algo não estava certo

Uma pobre moça abandonada

Longe do rapaz que simplesmente a adorava

O céu estava lúgubre agreste ameaçador

A noite escura uma paisagem de terror

Ao longe um velhote deitado no chão

Coberto com um simples jornal que detinha na mão

A seu lado um passarinho gelado

Pulava no solo molhado

As árvores estavam nuas vazias mortas

E as folhas secas imóveis mortas

Perto notava-se um pequeno charco

A água tinha um aspeto turvo amargo

Taciturno perguntei o que se passava

Respondeu tão-somente que não a amava

 

A solidão chegara conquistara e reinava

 

 

II

 

Olhei para o esplendor dum grande jardim coberto

De um verde belo e vi algo lindo decerto

Uma bonita moça estava acompanhada

Pelo rapaz que tanto amava

O céu claro límpido de mil-e-uma-cor

Iluminava o local com ternura e amor

Ao longe uma criança brincava com um cão

Ao lado o irmão que a levava pela mão

Perto um passarinho doirado

Voava indo poisar no beiral do telhado

As árvores fofas cheias cobertas

Por folhas de vida e tão abertas

Perto situava-se um pequeno lago

Cuja água límpida e clara era algo

Maravilhoso Passei e num sorriso de salva

Olhando para trás notei que ele a beijava

 

O amor chegara conquistara e reinava

 

 

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1048. Poesia

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A

 

Unidade fragmentada por poetas desejosos de unidade

 

Infinidade magistral onde divagam platonismos de Ser para o Ser

 

Realismo circular onde se criam paisagens de sonho na monotonia da Realidade

 

Esquecimento onde se abandona Ser e Não-Ser de cada ser

 

Mar tempestuoso superiormente estético onde navegam corações d'almas agitadas

 

Ser

 

Z

 

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1047. Pessoa

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Pessoa mais pessoa seria

Se da Vida tão cedo não se despedia

Se tanto não se dispersasse em histeroneurastenia

 

Pessoa mais pessoa seria

Se da infelicidade não tivesse consciência

Se (in)verdade não fosse a procura da consciente felicidade

 

Pessoa mais pessoa seria

Se mais feliz fosse a essência da sua emoção

Se mais tivesse amado e menos se tivesse dividido

 

Pessoa mais pessoa seria

Se menos fingidor tivesse sido

E mais Sensorialmente Pessoa tivesse sido (vivido)

 

Mas quem sabe se menos emoções não tivera sentido

E simples pessoa não tivera sido

Dos leitores do que o tiveram sentido

 

Pessoa é Poesia Sentida

É Sangue duma Imagem Viva

É Palavra e Pão de Portugal

É Terra Mar Absoluto Universal

 

 

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1046. Desabafo

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Estou cansado de Camões

De Garretts Eças Pessoas

De Orfeus Presenças

De clássicos modernistas tradicionalistas

 

Estou cansado de Afonsos Sebastiões

De mecanismos semânticos morfossintáticos fónicos

De matérias decoradas

De perguntas desnecessárias

 

Estou cansado de tudo

 

Viva a Pura Arte Viva

Viva a Liberdade

Viva o Eterno Humano

Viva o Sentimento o Amor

 

Não sei quem sou

Mas quero ser Eu

Novo diferente original

Especial se possível

 

Estou exausto

Quero Viver

 

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1040. Impressões de um poeta

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Era uma vez a vida

Brinca o poeta fingindo

Que a vida não é nada

Chorando a dor sorrindo

 

Sorriso artificial

Dum sonho de beleza dor

Real e imaginária

Que guardas no interior

 

 

Nota:

Um poeta vive, na generalidade, de uma forma intensa, procurando sempre Algo... o porquê da sua própria vida, a razão do seu ‘Ser’. No entanto, ante a incapacidade de realização e a frustração de não alcançar esse ‘Algo’, brinca com a própria vida (“Era uma vez a vida”), “fingindo que a vida não é nada”. Mas, apesar de fingir, sentiu, e continua a sentir essa sua frustração e incapacidade que tenta sublimar (“Chorando a dor sorrindo”) que, no fundo, é a pura realidade. “Nada” é a ‘falsa imagem’ que o poeta nos oferece da vida, porque ao que sente na realidade, o leitor jamais terá acesso.  É, pois, através desse “sorriso” falso, “artificial” que o poeta procura transmitir o verdadeiro (“Sonho de Beleza”), “chorando” interiormente essa sua incapacidade de materializar, de artificar, de oferecer ao leitor a sua própria realidade. O “chorar” e o “sorrir”, serão, pois, o reflexo dessa sua dor (a “Real” -que realmente sente -e a “Imaginária” a que o leitor também já não terá acesso, por não passar duma representação mental da primeira -não existe!). Ao leitor está reservado apenas o que lê, ou seja: a representação dessas duas dores que se transformará numa terceira (mental, intelectual); a sua!

 

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1043. Viver a vida

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É tão bom correr saltar nadar

Rolar na areia e pular no mar

Sem ter que me importar

 

É tão bom sorrir sentir abraçar

Girar ao sol e à luz do luar

Sem ter que me importar

 

É tão bom ter um beijo para te dar

Loucamente Amar e um Fim alcançar

Sem ter que me importar

 

Para que quero Bem Mal Racionar

Se tenho Tudo assim sem pensar

Sem ter que me importar

 

 

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1042. Dor

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I

Como adorava o teu sabor

Na inocência do meu interior

Brincar contigo e chamar-te amor

Disputar contigo e ser o vencedor

 

II

Mas o que era afinal essa dor

Que amava com tanto ardor

Que gelava e dava calor

À inocência do meu interior

 

III

Talvez fosse apenas Amor

Pois sofri com todo o vigor

Talvez fosse um simples pavor

Ou incoerência do meu interior

 

IV

Talvez eu fosse um fingidor

Não não era um fingidor

Queria apenas descobrir a dor

Que gelava e dava calor

 

 

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